Hey, leitores! Bem, eu havia dito que tinha uma surpresa para vocês, certo? Aqui está: um capítulo bônus! E da nossa querida filha do deus do trovão :D
Bem, gente, espero sinceramente que gostem. Posso dar um spoiler e dizer que tem um personagem amável nesse bônus? Nam, melhor vocês lerem.
A forma como ele olhava para o nada me deixava entusiasmada.
E ao mesmo tempo receosa.
Não sabia ao certo no que ele estava pensando. É claro, não
sou como a Stark. Ou ao menos como Alexa para sentir sentimentos e mandar nas
pessoas, mas okay.
Nossa, interessante como me apeguei tão fácil a eles. Não
fiquei em Midgard nem uma semana direito e já me sinto como se fizesse parte de
lá, como se pertencesse aquele lugar. Lugar de culturas e pessoas tão
diferentes. Como o grande humor de Leo e o pessimismo de Sam, ou a humilde
rabugência de Alexa e o sarcasmo-sem-fim de Scarlett, que torna tudo tão
difícil para Skye quanto ao seu controle da raiva, e Damon... bom, eu não o
conheci muito, pois o mesmo passou a maior parte do tempo viajando com seu pai,
mas pelo pouco que conheci, tem um bom carisma. E a minha mãe. Ah, o que dizer de minha mãe. Ela é a
mulher mais gentil e engraçada que conheço. Com um jeito um tanto persuasivo, é
claro.Tão diferente das pessoas daqui.
Observando meu pai, com o rosto enevoado e um tanto
pensativo, tento me aproximar. Não tiro da cabeça a idéia de ele estar pensando
em guerras futuras, como quase
sempre. Mas, o mais provável, é que ele esteja pensando em Midgard.
Desde que voltamos de lá ele está assim: pensativo, quieto,
calado. Dirigiu-me a palavra uma única vez quando chegamos aqui, me perguntando
se eu havia gostado de minha estadia por lá, mas acabou por me deixar
monologando, sem dar nenhuma palavra. E, até o momento em que toco seu ombro,
ele não havia percebido minha presença ali.
— Sarah! —ele
exclamou. — Há quanto tempo está aí?
— Não muito.
— respondo. — Meu pai, algum problema?
Ele me lança
um sorriso fraco.
— Por que
teria?
— Pensei que
estivesse pensando sobre o tal deus das
Trapaças. — eu falei, lembrando-me do que ouvira na sala de Odin. — Meu
avô... quero dizer, vosso pai... não, é...
Eu acabei
por me atrapalhar.
— Tudo bem,
Sarah. Gosto quando fala assim. Você parece sua mãe. — ele disse. Tentei não
demonstrar satisfação com aquilo, mas não consegui.
— Tirando os
olhos azuis...
— Você é a
cara dela. — sorriu.
Com alegria
já demonstrada em meus olhos sobre o assunto, pergunto:
— Pai,
quando voltaremos para lá?
— Não tão
cedo. — ele responde diretamente, mas não olhando em meus olhos. Fico um pouco
cabisbaixa com sua resposta. — Pelo menos, não você.
Ele não pode
estar falando sério!
— Pai, por
quê?
Ele fica de
frente para mim, porém parecia um tanto incomodado ao olhar nos meus olhos.
— Olhe, me
desculpe, mas... Eu voltarei á Midgard para adiantar algumas coisas por lá, mas
você não poderá voltar tão cedo, Sarah. Desculpe, filha.
— Não. Por
quê? Qual é o problema?
— Sarah...
— Está
querendo me proibir de ver minha mãe? — perguntei já exasperada.
— Não,
Sarah, entenda... — ele tentava falar calmamente, mas o interrompi.
— Não
entendo! Você não vai conseguir me proibir de vê-la, você não pode! — exclamei.
Thor mordeu o lábio inferior, voltando a olhar para mim, mas antes que ele
falasse algo eu me adiantei; — Isso tudo é medo de perder a sua cartomante? A mensageira do futuro?
Aquela que já previu a morte de seus amigos e conseguiu evitar? O grande troféu
das guerras de Odin?
Não me
importei se falei alto demais ou o que eu falei, apenas continuei o encarando.
Ele não podia proibir-me de ver minha mãe. Certo, eu tinha acabado de
conhecê-la, vivi até meus atuais 14 anos com meu pai, mas... Eu queria vê-la.
Isso não significa que eu vá ficar com ela ou coisa parecida, apesar de que não
seria tão ruim. Pode ser que eu não me acostumasse com a Terra tão cedo, mesmo
assim...
Sem dizer
mais uma palavra dei as costas para ele indo em direção ao Salão Principal, o
trono de Odin.
— Você está
protegida aqui, filha. — disse meu pai, sua voz estava ficando longe. Parei.
Sem olhá-lo,
eu perguntei:
— Protegida
de quê?
Como sempre,
não obtive resposta.
***
“Você não tem um dom, você tem um
demônio.”
Seus olhos
verde-esmeralda me encaravam com uma ânsia, com desprezo. Seu rosto, delineado
pela escuridão era impossível distinguir. Somente seus olhos ficavam a vista,
dando um ar mais sombrio ainda.
“Por favor...” murmurei.
“Por favor!” grunhiu, com uma voz esganiçada
tentando imitar a minha. “Acha que alguém
já me fez algum favor? Muitos me devem, poucos me pagaram.”
“O que eu fiz pra você?”
Algo se fez
na escuridão abaixo de seus olhos, deduzi que era sua boca se contraindo.
“A questão é: o que eu já fiz por
você.” sua voz se
fez mais presente, parecia sussurrar-me no ouvido. “Você me deve mais do que imagina.”
Um vento
castigante me balançou os cabelos e o cenário pareceu mudar com o vento o
regendo.
Era uma
ilha.
O céu estava
nublado, com cara de que a chuva não iria parar tão cedo. As arvores
balançavam-se loucamente devido ao vento forte, porém, eu não sentia esse vento
me tocar, não sentia nada.
Olhei
instintivamente para trás, avistando o vasto mar à minha frente com uma cor de
chumbo. Desta vez, um vento repentino lançou os meus cabelos bruscamente para
trás e logo se foi embora.
Duas pessoas
estavam na beira do mar, não... Uma pessoa estava sendo carregada pelos braços,
e elas estavam saindo de dentro do mar. Suas roupas não pareciam encharcados,
ou deviam ser de couro, pois estava bem colada ao corpo, dando um detalhe a
silhueta da pessoa que estava de pé, qual devia ser um homem.
Ele deitou a
pessoa na areia e se abaixou perto dela, segurando seu braço.
— Está
morta. — anunciou. Ele olhou para mim e eu me assustei. Até que percebi que
havia alguém atrás de mim, mas não tive coragem de ver quem era. Quem quer que
estivesse atrás de mim segurou meu braço com força, e colocou sua boca perto ao
meu ouvido, com seu hálito frio me dando arrepios.
“Você tem um demônio.” a mesma voz sussurrou. Um sorriso
maléfico se fez presente por todo o lugar.
— Sarah...
Eu me
levantei num sobressalto. Não precisava me ver no espelho para saber que meus
olhos estavam esbugalhados e meu rosto pálido.
Lady Sif
agachou-se à minha frente.
— Sarah,
tudo bem com você?
Ela estava
vestida numa túnica azul, qual combinou perfeitamente com os olhos dela. Sif
ficava linda tanto assim quanto com sua armadura nórdica. A primeira mulher a se juntar ao exercito de Odin, ela era uma
inspiração e tanto. E era como uma irmã para mim.
— Tudo. —
respondi. Ela me olhou com precaução.
— Sarah, o
que você...
— Eu não vi
nada demais, se é o que está pensando. — menti. Sif percebe sempre quando tenho
minhas visões alucinógenas, o que às vezes é bom, pois posso me abrir com ela,
já que não gosto de falar sobre isso com meu pai. — Foi apenas um pesadelo. —
em parte isso era verdade.
Sif suspirou
e sorriu para mim.
— Tudo bem,
então. — falou. Ela sentou-se ao meu lado na poltrona. — Soube da sua discussão
com seu pai.
Fechei os
olhos com força.
— Eu sei,
falei coisas que não devia. Mais tarde, eu falarei com ele.
— Ele só
quer o seu bem, Sarah.
— Me
mantendo presa em Asgard? — ergui a sobrancelha — Não é o melhor caminho.
Sif
suspirou.
— Não o
sentencie sem saber de nada. Você não sabe o que Thor já passou só para
proteger você daquele que quer seu mau. — ela falou, firme.
Todos sempre
falavam de um arqui-inimigo de meu pai que vivia a atormentá-lo, e que depois
que eu nasci ele encontrou uma nova forma de atingi-lo. Mas eu nunca soube quem
é esse tal. Muito menos já me encontrei com ele. Então, como ele pode me
proteger de algo que não me ameaça realmente? As turbulências e guerras que
acontecem em Asgard são bem mais perigosas do que uma pessoa que nunca tocou um
dedo em mim.
Porém nada
do que eu dissesse ou pensasse iria fazer diferença.
— Certo. Vou
tentar não tocar mais no assunto.
Sif pareceu
satisfeita com aquilo.
— Venha, o
jantar de hoje é muito convidativo.
***
E, como na
maioria das vezes, Sif acertou em cheio.
Não era um
simples banquete da família real. Era um banquete de Asgard. Literalmente de
toda Asgard. Odin estava comemorando a nossa volta para casa. Bem dizendo, a
volta de meu pai.
Papai ficou
seis meses em Midgard, resolvendo problemas com os Vingadores e, bom, salvando
a Terra e os outros 8 reinos. Só voltou para cá com o intuito de me buscar para
finalmente conhecer a tão aclamada (por mim) Terra. Depois de confirmar que ela
estava segura, é claro, e também devido a ordem que mamãe havia dado à ele de
me levar até ela. Como citei anteriormente, fiquei apenas uma semana por lá.
E Odin viu
que Thor não iria voltar para Terra tão cedo, e viu nisso um motivo de grande
comemoração. Ele estava comemorando a volta do filho pródigo.
O salão
estava cheio. Guerreiros, guerreiras, nobres, a população plebe e até os
empregados, que mesmo trabalhando pareciam estar se divertindo. Mais do que eu.
— Sarah... —
uma voz grave com um toque de doçura pronunciou. Eu me virei e lhe lancei um
sorriso.
— Pai de
todos. — fiz uma não necessária reverencia. Odin me olhou com reprovação.
— Quantas
vezes já disse que não me chame assim? Sou seu avô. — falou, dando ênfase em avô.
—
Desculpe-me, eu só... quis manter uma formalidade.
— Quando
você era criança tudo era tão mais fácil. — comentou, distraído. Odin me olhou
com mais atenção. Seu olhar mais analítico que o normal. — Parece não estar se
divertindo.
— É só
impressão sua. Eu estou bem. — menti. Eu realmente não estava me divertindo
naquela noite. Com certeza não estaria depois daquele pesadelo. E depois da
minha ida a Terra também, tudo que eu conhecia parecia ter mudado. Minha
percepção de vida, por exemplo.
— Parece que
você está querendo convencer a si mesma de que está bem.
Voltei a
olhar para ele.
— Vovô, o
que tem de errado lá na Terra que não tenha em Asgard?
— Asgard tem
seus recursos. Midgard tem seus protetores. Mesmo assim, não há recursos,
herois ou deuses que impeçam o mal de se instalar sobre um lugar.
Pelo que ele
disse, deduzi que já soubesse de minha conversa com meu pai.
— Então, por
que não posso voltar para lá? Corro tanto perigo aqui quanto em Midgard. —
falei. Ele tocou em meu ombro.
— Sarah,
você é um caso especial.
Suspirei.
— É por
causa dos meus poderes?
O rosto de
Odin se enrijeceu. Isso sempre acontecia quando tocava no assunto com ele.
Ele ficou
com o olhar perdido por uns segundos, parecia bem distante daqui. Então piscou
e dirigiu um sorriso sincero a mim.
— Volte para
dentro e aproveite a festa, querida. — disse. — Tenho convidados esperando.
Amanhã conversaremos mais.
Então ele
beijou minha testa e saiu. Fiquei observando-o subir os degraus e entrar para o
salão.
Degraus.
Vida. Amanhã.
Cada degrau
que subimos é uma nova chance de chegar ao topo.
Eu preciso
chegar ao topo da minha vida. Descobrir o que existe á minha volta. Para, quem
sabe, não ter que viver o amanhã antes que ele chegue.
Eu nunca
quis esses poderes, nunca mesmo. E não é fácil tê-los, não é fácil
controla-los. Não é fácil ver a morte de alguém antes que o mesmo tenha
consciência. Não é fácil ter a si mesmo numa situação dessas.
Eu sempre
soube que esses poderes não provém de mim. Meu pai mesmo já havia dito, eu o
escutei falar com Odin que esses poderes eram uma maldição. Alguém lançou essa
maldição em mim.
Eu não tenho
um dom…
Ao lembrar
de meu sonho sinto um arrepio me percorrer. Olho para os lados para ver se há alguém
por perto, mas todos estão dentro do salão.
Estranho. Isso apenas acontece quando há algo
se aproximando de mim.
Olho
atentamente para os lados novamente, até que percebo, encostado numa macieira,
uma silhueta humana. Levanto-me abruptamente do banco onde estava sentada para
encarar a pessoa que se encontra á poucos metros de mim. Como é noite, não
consigo ver seu rosto direito, pois o mesmo está coberto pelas sombras.
— O que foi?
Assustei você? — ele finalmente pronuncia. Essa
voz…
— Quem é
você?
Ele se mexe,
desencostando-se da macieira e ficando ereto, seu rosto agora um pouco mais perceptível. Eu sabia que conhecia aquela voz, mas aqueles olhos… Aqueles olhos
verde-esmeralda eu nunca esqueceria.
— O meu nome
não lhe convém, Sarah Foster Odinson.
— Só Foster.
— falo, logo percebo a burrada que fiz. Não posso ficar contando detalhes meus
para um desconhecido, ainda mais o desconhecido do meu pesadelo. Burra.
Um sorriso
se forma em seu rosto escondido pela escuridão.
— Por que
não tem o sobrenome honroso de seu mais honroso ainda pai? — percebo certo
sarcasmo em sua voz.
— Isso são
meros detalhes. Tenho o sangue dele correndo em minhas veias, isso é o que
importa. Agora, quem é você? — indago novamente.
— Será só
isso que corre em suas veias, Srta. Foster? — ele continua no assunto.
— Quem é
você? — pergunto, pausadamente e convicta. Aprendi o modo persuasão com Sif,
ela entende da coisa.
— Eu não vim
aqui para fazer apresentações formais. Queria apenas lhe conhecer pessoalmente.
Arqueio uma
sobrancelha.
— Eu esperei
muito por esse momento. — ele deu um passo a frente. — E espero que se lembre
dele. — eu iria perguntar onde ele queria chegar, mas ele foi mais rápido. — No
entanto, caso se esqueça. — e fez um gesto com a mão. Meus pés se arrastaram na
grama e eu pude sentir o vento bater contra meu rosto, quando percebi, estava
cara a cara com o homem. Seus olhos verdes e frios me encaravam e sua boca
estava contraída como se o mesmo segurasse o ódio nela. Suas mão me apertaram
para mais perto de si. — Eu voltarei para ajuda-la a lembrar. — ele sorriu. Um
sorriso que eu teria achado lindo, se não fosse pelo seu aspecto maléfico e de
puro ódio.
Sua mão
tocou meu rosto, um toque suave, mas que provocou um baque enorme em minha
cabeça. Senti como se estivesse sendo enforcada e levei as mãos até meu
pescoço. Ele me soltou e eu fui de encontro ao chão.
Minha cabeça
estava girando e minha visão ficando turva. Olhei para frente e vi suas pernas
afastando-se lentamente de mim. O que ele fez comigo?
Minha
resposta foi a escuridão.
***
— Ela está bem?
— Vai ficar.
Ouço vozes próximas a mim. Abro os olhos lentamente, tentando adapta-los á luz. Olho para
o lado e vejo meu pai em pé diante a porta encarando-a. Percebo então que estou
no meu quarto, os desenhos de arvores e um vasto lago no meio do teto o
entregam.
Solto um suspiro cansado, e isso parece chamar a atenção de meu pai.
— Sarah! —exclama
ele.
— Pai. —
falo de volta.
— Você está
bem? — pergunta. Faço que sim com a cabeça. — O que raios aconteceu com você?
Por que será
que eu nunca me surpreendo quando o deus do trovão fala raios?
Afasto o
pensamento e tento me lembrar do que aconteceu e… nada.
— Eu poderia
lhe perguntar a mesma coisa. — falo.
— Como
assim? Encontramos você ontem a noite desacordada no meio do jardim.
Simplesmente,
era como se ontem o dia tivesse passado em branco. Eu não me lembrava de nada.
— Eu… Não
sei bem o que aconteceu.
Meu pai me
olha com atenção. Não consigo decifrar sua expressão. Ele enfim sorri com
ternura.
— Tudo bem.
O que importa é que você está bem. — ele fala. Papai se aproxima e beija minha
testa.
— Quem
estava aqui antes? — pergunto, lembrando que ouvira outra voz além da dele.
— Era Sif,
queria saber como estava. — a pronunciação do nome da mulher a porta se abre,
revelando a mesma.
— Thor, Odin
quer falar com você. — Sif anuncia. Ela olha para mim e sorri. — Que bom que
acordou, Sarah. Está melhor?
Faço que sim
com a cabeça. Ela volta a olhar para meu pai, fazendo um sinal com a cabeça,
chamando-o. Ele assente.
— Vou ter
que sair, filha. Você ficará bem? — pergunta, passando a mão sobre meus
cabelos. Balanço a cabeça positivamente e sorrio. Ele então sai.
Forço minha
cabeça a voltar na noite passada. O que havia acontecido, afinal? Por que não
me lembro de nada?
Uma luz
aparece no fim do túnel. Na verdade, uma frase. Uma voz surgiu em minha cabeça
dizendo o seguinte: “Eu esperei muito por
esse momento… Espero que se lembre dele.”
E isso só
piora as coisas. Se essa pessoa queria que eu me lembrasse, então por que me
fez esquecer?
Notas: E então? Será que vocês gostaram? Comentem, pessoal! Podem comentar em anônimo caso não tenham uma conta no blogger :3
Esse capítulo foi meio tenso, né? O próximo (sim, terá um próximo u.u) será mais leve, okay? <3
Ps: Gostaram da capa? *---*
Ps²: Viram a nova capa da fanfic? Gente, aquela capa ficou divonica :3 <3
Kisses
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